Criação de cargos na Câmara causa revolta enquanto projeto Nabi Miguel é deixado de lado
A Câmara Municipal de Guaranésia se reúne nesta segunda-feira, às 16h, em mais uma reunião das comissões. E o foco, mais uma vez, parece não ser a população. Segundo informações de bastidores, os vereadores devem discutir a criação de quatro novos cargos comissionados, atendendo a um pedido direto do prefeito. Emendas estão sendo articuladas para garantir que os cargos passem sem obstáculos. O clima entre alguns parlamentares é de tensão, com trocas de farpas nos bastidores. Há quem diga que tem vereador brigando para aprovar os cargos — o que, para muitos, é uma vergonha.
Enquanto isso, o maior projeto habitacional da história de Guaranésia, o conjunto Nabi Miguel, com 735 lotes, segue sendo ignorado pelas lideranças. A obra, que deveria estar em ritmo acelerado, sofre com atrasos e descaso. Na semana passada, máquinas foram vistas espalhando terra no local e houve até quem dissesse que a obra seria retomada em breve. No entanto, pouco depois, no apagar das luzes — já no escurecer da noite — os equipamentos da empreiteira Pavidez simplesmente desapareceram do canteiro de obras, sem nenhuma explicação pública. A sensação entre moradores é de frustração e engano.
Segundo informações apuradas, a real intenção do Executivo pode ser apenas empurrar com a barriga, adiando a obra até conseguir assumir politicamente um projeto que, na verdade, é de outra gestão. A obra, que simboliza o sonho da casa própria para mais de 700 famílias, está sendo deixada de lado. A empresa responsável parece ter abandonado a obra sem dar qualquer satisfação à população — e, até agora, nenhum vereador cobrou publicamente o prefeito por isso.
O Nabi Miguel representa muito mais que um loteamento. Ele é uma chance real de moradia digna, desenvolvimento urbano e respeito à cidadania. É um projeto que pode transformar a realidade habitacional da cidade. Mas, infelizmente, parece que a prioridade de parte da Câmara é outra.
Também circulam informações de que os cargos que ainda nem foram criados já têm destino certo. Na última reunião, o vereador Dú Flamini afirmou que a transformação do cargo da Secretaria de Planejamento em Secretaria de Comunicação teria o objetivo de remanejar o atual secretário, que, segundo informações, não possui formação técnica na área de planejamento. Por isso, a intenção seria abrir um espaço na comunicação, onde ele já atua como locutor.
Ao invés de trabalhar para construir uma cidade mais justa, com moradia digna, saúde de qualidade e empregos, parte da Câmara parece focada em garantir cargos comissionados — que, como dizem nas ruas, vão servir para “pendurar” aliados, amigos de campanha e conhecidos do poder. A população está atenta e começa a se perguntar: até quando os interesses pessoais vão falar mais alto que o bem coletivo?
